





Dedicado a Matias de Oliveira Pinto, o festival presta uma homenagem especial a esse extraordinário violoncelista, cuja generosidade e talento inspiraram gerações de músicos ao redor do mundo. Matias não era apenas um artista brilhante, com uma trajetória marcada por grandes palcos internacionais, mas também uma pessoa generosa e agregadora, sempre disposto a compartilhar seu conhecimento e incentivar jovens músicos.
Matias de Oliveira Pinto foi uma das maiores inspirações da história do violoncelo brasileiro. São milhares de jovens que ele ensinou, incentivou, amou e impulsionou—pessoas que, por sua vez, multiplicaram exponencialmente sua inspiração.
Curitiba foi seu primeiro emprego, na Escola de Belas Artes, onde substituiu seu mestre Zigmunt Kubala. Logo após os anos como professor na cidade, seguiu para estudar na Academia Karajan. Para a minha geração, Matias e Curitiba estão profundamente conectados. Nos anos 90, ele retornou para participar de alguns eventos e formava uma dupla impecável de professores com Maria Alice Brandão.
Lembro-me como se fosse hoje da primeira vez que toquei para Matias, aos 16 anos. Aprendi conceitos de arco que ainda hoje aplico constantemente na minha prática como professor. Também me recordo da admiração ao assistir seus concertos e, no meu sonho de adolescente, pensar: Quero fazer o que ele faz!
Muitos dos que estudaram com Matias nas Oficinas hoje são músicos profissionais no Brasil e no exterior. É inevitável lembrar o quanto aqueles momentos foram felizes, como ele transbordava música e ensinava com toda a alma.
Como sua família disse tão bem, Matias não está mais em um único lugar—ele está em todos os lugares. E, neste festival, ele está nos espaços de Curitiba que amamos: no Solar do Barão, no Teatro Guaíra, no Teatro da Reitoria e, claro, no Largo da Ordem. Que privilégio poder celebrar sua vida em Curitiba!